Como já disse Rodrigo Domit “O ego vai te levar longe e vai te deixar lá, sozinho”

Liam ™
3 min readDec 1, 2020

A vitória do PSB no último domingo, se não fez, deveria ter enterrado o ego da Marília Arraes debaixo de sete palmos e selado com concreto. Ao sair do PSB atirando para todos os lados em 2016, Marília encontrou refúgio nos braços do PT onde foi bem acolhida com a maior festa que se possa imaginar. Porém, a celebração não durou muito. Já na primeira oportunidade em disputar uma eleição sob o manto do PT, Marília acionou seu exército em torno da ideia de candidatura própria a governadora do Estado. Para isso, contou com outra ala dentro do partido que há muito já desejava a candidatura própria em detrimento da coligação há muito defendida e até então, mantida pelo Senador Humberto Costa e sua outra ala.

Derrotada nessa ideia pela candidatura própria, Marília engoliu o choro e esqueceu todas as críticas feitas ao PSB na época de sua saída. Esqueceu que havia dito que o partido era governado pela família Campos ao pior estilo coronelismo. Esqueceu as críticas de que ali, no PSB, as coisas só aconteciam porque uns e outros queriam. Esquceu, porque o PT fez a mesma coisa com a menina de ouro. Na tradução do pernambuquês, Marília encarnou uma criança ou adolescente e fez birra de menina mimada. Coisa que veio acusar o primo, João Campos de ser, pouco depois, durante a eleição para a prefeitura da Cidade do Recife, quando enfim, Marília conseguiu sua tão sonhada candidatura.

O que vimos nas campanhas foi uma briga de família. Um acusando o outro. Dois jovens candidatos e deputados federais, um recém-saído de uma escola de formação política que tem como objetivo formar novas lideranças para que façam política de uma forma inovadora e diferente da velha política, mas que na realidade mostraram, os dois, que de inovadores não tinham nada. O que tivemos foi mais do mesmo. Incluindo o episódio do candidato João Campos em que passou todo o primeiro turno fazendo campanha contra notícias falsas, incluindo criando um site para que fossem realizadas denúncias, para logo então, ser advertido pela justiça por uso de notícias falsas em seu guia eleitoral em pleno segundo turno.

Com a candidatura de Marília confirmada e endossada por nomes como o ex presidente Lula, Gleisi Hoffmann, Fernando Haddad e outros expoentes da esquerda petista, o diretório estadual não viu outra opção que não dar o braço a torcer e apoiar a candidatura própria, colocando em uma situação desconfortável, porém, não irreconciliável a longa aliança com o PSB.

Diante desse cenário, o PSB decidiu encarar uma estratégia arriscada, utilizar de todas as forças para bater Marília nas urnas, uma vez que a deputada havia passado dois anos afirmando, indiretamente, que não teve sua candidatura ao governo do Estado firmada, pois o PSB sabia que perderia para a petista e assim, acabaria com o reinado da família Campos.

Pois bem, o PSB pagou para ver e jogou pesado para provar de uma vez por todas que não passava de discurso de menina mimada e ressentida essa conversa de que o partido tinha medo de ser batido pela Marília — o que de certa forma, não deixava de ser verdade. O final dessa história, todos já sabemos. A lição que fica ou deveria ficar é: em política, ego é igual forca. Você pode usar contra seus inimigos, mas muito cuidado para ele não ser usado contra você próprio.

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Liam ™

"(…)É que sou mestre em ficar calado, passei toda a minha vida falando calado e vivi comigo mesmo tragédias inteiras calado."